APENDICITE: Exames de Imagem
Na semana passada, abordamos as manifestações clínicas, o diagnóstico e tratamento do abdome agudo inflamatório mais comum: A APENDICITE AGUDA (clique aqui para ver).
É importante lembrar que o diagnóstico de apendicite aguda é essencialmente CLÍNICO baseado na história clínica e exame físico, podendo ser associado a dados laboratoriais.
Entretanto, a utilização dos métodos de imagem significou grande avanço no diagnóstico principalmente dos casos atípicos (cerca de 30% dos casos de apendicite) ou duvidosos que resultavam em atraso cirúrgico, com aumento das taxas de perfuração e consequentemente aumento da taxa de mortalidade.
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
RADIOGRAFIA:
As radiografias podem ser úteis, apesar da baixa acurácia diagnóstica. A presença de apendicolito calcificado em radiografias simples de abdome pode ser observada em apenas 10 a 15% dos pacientes com apendicite aguda, entretanto sua presença em paciente com clinica sugestiva de apendicite reforça o diagnóstico.
ULTRASSONOGRAFIA:
Os achados sonográficos compatíveis com apendicite aguda incluem um apêndice de 7 mm ou mais no diâmetro antero-posteior, estratura luminal não compressível e de parede espessada vista em secção cruzada, referida como lesão em alvo ou a presença de apendicolito. Em casos mais avançados podem ser encontrados líquido periapendicular ou massa.
A ultrassonografia é um exame barato, não invasivo, não exige preparo ou uso de radiação ionizante, representando uma boa opção em pacientes com diagnóstico duvidoso de apendicite aguda.
As desvantagens incluem ser examinador-dependente e ter acurácia diminuída em obesos e grandes distensões abdominais.
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA:
A tomografia computadorizada é o exame de maior acurácia diagnóstica na apendicite aguda, no entanto é recomendada em casos duvidosos, principalmente em idosos, onde a apendicectomia não é isenta de complicações.
Sua desvantagem está relacionada ao seu alto custo, utilização de radiação e de nem sempre ser de fácil acesso.
Achados sugestivos incluem inflamação periapendicular (abscesso, coleção liquida, edema, fleimão), espessamento do apêndice e distensão do órgão com diâmetro anteroposterior maior que 7mm. O borramento da gordura mesentérica é achado tomográfico que traduz inflamação. Fecalitos são identificados em ate 50%.
A ausência de visualização do apêndice pela TC está associada ao apêndice normal em 98% das vezes.
A ausência de alterações nos exames complementares não exclui o diagnóstico de apendicite aguda.
REFERÊNCIAS:
TOWNSEND C.D., BEUCHAMP R.D., EVERS B.M., MATTOX K.L. Sabiston: Tratado de Cirurgia, A Base da Prática Cirúrgica Moderna. 18ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Vol I e II.
MATOS, B.; SANTANA, C.; SOUZA, D.; RODRIGUES, E. et al. Apendicite aguda. Rev Med Minas Gerais, v.21, (2 Supl 4), p. S1-S113, 2011.
MONTANDON JUNIOR, M. E. et al . Apendicite aguda: achados na tomografia computadorizada - ensaio iconográfico. Radiol Bras, São Paulo, v. 40, n.3, p. 193-199, June 2007.
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