HISTÓRIA DA CIRURGIA: TREPANAÇÃO!
A arte da cirurgia esta em constante evolução, e é uma aventura poder apreciar o que estamos aprendendo atualmente dentro de um contexto de instituições culturais, econômicas, políticas e sociais do passado e do presente. Dessa forma, nós da LACC trouxemos um pouquinho de curiosidade dentro da História da Cirurgia. Você sabe o que é trepanação? (do grego “trupanon”, perfuração). É um procedimento que consiste na retirada de uma porção do crânio, conhecido desde o período Neolítico e, dessa forma, é considerado um dos procedimentos cirúrgicos mais antigos. Foram achados crânios com sinais de trepanação ao longo de muitas eras e em praticamente todas as partes do mundo. Acredita-se que tinha finalidades desde mágico-religiosas a exclusivamente terapêuticas, como tratamento de epilepsia, dor de cabeça e sintomas relacionados com traumatismo craniano. Esses orifícios cranianos variavam desde alguns milímetros até metade de todo o crânio e eram realizadas por meio de repetidas raspagens do crânio, inicialmente com a utilização de pedras ou conchas afiadas. Em culturas mais avançadas perfuravam o crânio realizando cortes bem mais precisos, principalmente circulares, produzidos através de rotações manuais por instrumentos específicos como trépanos de coroa, faca de trepanação, trépano serrilhado. Do ponto de vista cirúrgico, observar-se que a realização das trepanações exigia um conhecimento anatômico do crânio, uma vez que, por exemplo, remoções ósseas extensas e bilaterais frequentemente preservavam a porção óssea mediana que cobre o seio sagital superior, importante via de drenagem venosa dos hemisférios cerebrais. A técnica era feita em pessoas vivas sem nenhuma anestesia e provavelmente sem nenhuma assepsia, o que resultava em grande índice de infecção e, consequentemente, um índice elevado de óbito. No entanto, é difícil de acreditar, mas julgando-se a partir do número de crânios que mostravam cura e regeneração do osso nas bordas, a proporção de pacientes que sobreviviam à provação de uma trepanação era bastante alta, de 65 a 70%. Por fim, a trepanação também era praticada após a morte, pois alguns crânios não apresentavam qualquer cicatrização e possivelmente, os fragmentos cranianos retirados eram utilizados como amuletos.
Referencia: dos Santos Castro, F., & Landeira-Fernandez, J. (2010). Soul, mind and brain in pre-history and early human civilizations. Psicologia, Reflexão e Crítica, 23(1), 141. (foto: Natural History Museum, Lausanne/rama).
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